A matriz elétrica brasileira representa todas as fontes energéticas utilizadas para a geração de eletricidade. Essas fontes fazem parte de uma matriz energética, que inclui todas as matérias-primas utilizadas para suprir a demanda por energia de um país, como, por exemplo, o petróleo que abastece carros ou a lenha e o carvão vegetal utilizado em fornalhas industriais.
As origens energéticas que compõem a matriz brasileirasão muitas e se diferenciam do mercado internacional pelos mais diversos fatores.
No mundo todo, a maior parte da matriz energética vem de recursos não sustentáveis – como, por exemplo, o carvão mineral – e que poluem mais o meio ambiente. Enquanto no Brasil, a maioria das fontes já são renováveis graças aos fatores geológicos e ambientais do país.
Neste artigo, você vai conhecer mais a fundo as particularidades das fontes presentes na matriz elétrica brasileira e compreender a diferença entre ela e a matriz energética.
Diferença entre matriz energética e matriz elétrica
Antes de tudo, é preciso entender que a matriz energética não representa apenas as fontes de geração energia elétrica. Quando se fala apenas do conjunto de origens da eletricidade é da matriz elétrica que se refere.
Isso porque a eletricidade não é a única fonte de energia que existe. A maioria dos veículos (carros, caminhões, aviões) ainda é movido a diesel, por exemplo. Também há o gás, que é a fonte energética da maioria dos fogões presentes em casas e restaurantes, mas também é o combustível utilizado para fornecimento de calor para indústrias, por exemplo.
Para se ter uma ideia sobre a diferença de ambas, petróleo e derivados representam 34,4% da matriz energética brasileira. Enquanto essa mesma fonte representa apenas 4% quando se trata da matriz elétrica do país, segundo dados do Balanço Energético Nacional de 2021 (BEN) e da Associação Brasileira de Energia Solar (ABSOLAR).
Tipos de fontes que participam da matriz elétrica brasileira
Energia hidrelétrica
Com mais de 50% de participação, a mais importante fonte da matriz do Brasil é gerada através das usinas hidrelétricas.
O método de funcionamento dessas usinas é muito parecido com o de um lago artificial. Algumas barragens são construídas em posições estratégicas de rios, para represar a água em um reservatório de armazenamento.
Em seguida, a força dessa água represada movimenta, por meio de tubulações, turbinas e geradores conectados à usina hidrelétrica. Essa movimentação é transformada em energia elétrica, que é encaminhada até a casa de muitos brasileiros.
Mesmo utilizando a força da água, ou seja, uma fonte renovável, a construção de hidrelétricas gera um impacto ambiental negativo no localonde é construída devido ao desmatamento e alteração no curso natural dos rios.
No entanto, existem algumas alternativas de hidrelétricas menores que fazem com que o impacto ambiental seja menor, como as Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs).
Energia termoelétrica
A segunda fonte mais relevante para a geração de eletricidade do Brasil é composta pelas usinas termoelétricas. Hoje, elas representam cerca de 21,3% do total da matriz elétrica, e são fundamentais principalmente em tempos de seca e crise hídrica.
Sua geração ocorre pela queima de combustíveis – renováveis ou não – para movimentação de turbinas, que são responsáveis por converter a energia mecânica em energia elétrica.
Um exemplo de termoelétrica é a usina UTE William Arjona, localizada em Campo Grande (MS), e movida a gás natural. Ela é pertence ao Grupo Delta Energia e durante a crise hídrica de 2021 teve um papel importante de suprimento nacional, juntamente com outras termoelétricas.
Energia eólica
Esse é um dos tipos de fontes de energia totalmente limpas e renováveis que participam da matriz elétrica brasileira. Atualmente, cerca de 11,4% de toda eletricidade utilizada no Brasil vem da energia eólica.
Sua produção acontece em parques eólicos, que utilizam a força do vento para impulsionar turbinas conectadas a geradores e, assim, transformar a energia mecânica em energia elétrica.
Apesar de ser altamente sustentável, a energia eólica não pode ser considerada como a principal de um país por conta da instabilidade que o vento apresenta, ou seja, nem sempre é possível contar com o vento para a geração de energia.
Mesmo assim, ainda existem incentivos governamentais para que esse tipo de energia limpa e renovável seja cada vez maior no Brasil.
Energia solar
Entre ostipos de fontes de energia que participam da matriz elétrica brasileira, a energia solar é a quarta maior, representando cerca de 12% de toda produção de eletricidade no país.
Essa energia, assim como a eólica, também é limpa e totalmente renovável. Ela vem sendo cada vez mais incentivada pela redução dos custos para instalação e melhora da tecnologia.
Para a produção da energia solar, são instalados painéis fotovoltaicos, em fazendas solares ou no telhado dos locais que receberão a energia, capazes de captar a luz solar e convertê-la em energia elétrica.
Energia nuclear
Por fim, representando 0,9% do total da matriz elétrica brasileira, está a energia nuclear. Mesmo sendo a fonte com menor participação, ela tem um grande potencial de geração de eletricidade no país.
Isto porque o Brasil possui uma alta concentração de urânio em seu território, elemento radioativo essencial para a produção de energia nuclear.
A produção desse tipo de energia acontece nas usinas nucleares. Lá, o átomo do urânio sofre uma desintegração e libera uma energia em forma de calor. Assim como nas termoelétricas, esse calor é responsável por aquecer uma água contida em um reservatório, que se transforma em vapor.
O vapor passa por tubulações até chegar em turbinas, que são movimentadas por ele e transformam essa energia mecânica em energia elétrica.
Matriz elétrica brasileira no contexto mundial
A grande diferença entre os tipos de fontes de energia que participam da matriz elétrica brasileira para os do resto do mundo está na capacidade de produção de energia renovável.
O Brasil tem uma distribuição geográfica eum clima que o favorece em recursos naturais responsáveis pela produção de energia elétrica, como a água, o vento e o sol. Isso faz com que a matriz energética brasileira seja cada vez mais limpa.
Atualmente, cerca de 69% dos tipos de fontes de energia que participam da matriz brasileira são renováveis, já a média mundial fica em apenas 25%. Essa grande diferença é boa para o planeta e para o bolso, já que as usinas de energia renovável costumam ter custos inferiores às de não renovável.
Essa grande capacidade de produzir energia limpa vem ganhando cada vez mais força no Brasil. No Nordeste, por exemplo, as energias eólica e solar têm sido cada vez mais procuradas pelos fatores climáticos e ambientais que favorecem esse tipo de produção.
Matriz elétrica: tendências para os próximos anos
Quando se fala em matriz energética mundial, a importância de manter uma produção mais sustentável tem sido cada vez mais notada. Confira algumas das principais tendências que devem fazer parte do mercado nos próximos anos.
Descarbonização
A redução de emissão de dióxido de carbono na atmosfera é uma necessidade urgente. Para que as matrizes de energia sigam esse movimento, as fontes renováveis estão ganhando cada vez mais espaço no mercado e investimentos em tecnologia.
Um exemplo é o uso do hidrogênio verde como uma tecnologia disruptiva capaz de gerar uma energia mais limpa e renovável no mundo todo.
Participação do consumidor
O consumidor vai começar a fazer cada vez mais parte do balanço energético, podendo ter a sua própria usina fotovoltaica ou optando por comprar energia apenas de fontes renováveis no mercado livre, por exemplo.
Além disso, através da digitalização, os consumidores vão passar a cada vez mais acompanhar o seu consumo e ter mais consciência dos gastos com energia, o que estimula uma melhor gestão do consumo.
São muitos os tipos de fontes de energia que participam da matriz energética brasileirae que devem ser analisados com todo o seu potencial econômico, impacto ambiental e social na hora de serem escolhidos para a sua casa ou negócio.
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